Muitos de nós, em diferentes estágios da vida, podem ter problemas sexuais e se sentir muito sozinhos com essa dificuldade. Em particular, nosso histórico familiar, nossa experiência de vida e a maneira como o sexo é retratado na mídia podem nos levar a ser irrealistas em nossas expectativas sobre sexo ou a entender mal o que é possível. Esta seção do site explica alguns dos problemas mais comuns.
Você pode estar preocupado que sua dificuldade possa estar relacionada a uma condição física; nesse caso, você pode discutir isso com seu médico. A maioria das preocupações sexuais, no entanto, tem um componente psicológico e, se você achar que seria útil conversar sobre isso com um terapeuta, poderá encontrar um terapeuta em sua área na página de listagem de terapeutas. Você pode querer consultar um terapeuta sozinho ou com um parceiro; seu terapeuta poderá guiá-lo nisso. Você pode encontrar mais informações sobre terapia nas páginas “o que esperar da terapia” e “tipos diferentes de terapia” no site.
Preocupações em torno do desejo sexual
As preocupações com os níveis de desejo sexual são comuns e podem ser muito, muito pouco ou nada. Lembre-se de que somos todos diferentes e essas diferenças devem ser valorizadas, honradas e aceitáveis. Não existe uma maneira de ser.
Assexualidade
De um modo geral, as pessoas que se identificam como assexuais não experimentam nenhuma ou pouca atração sexual por outras pessoas e essa posição é considerada uma orientação sexual. Eles ainda formam ligações emocionais íntimas e às vezes podem ser sexuais, mas essas ligações não estão centradas na excitação e atração sexual.
Perda de desejo
A perda do desejo pode ser parcial ou total. A perda parcial do desejo significa que, embora você pare de iniciar o contato sexual com seu parceiro, você responderá às abordagens deles. A perda de desejo também pode ser contextual, ou seja, você pode perder o desejo de um parceiro, mas deseja outro. A perda total de desejo significa que você não deseja ter contato sexual.
Existem muitas razões pelas quais ocorre a falta de desejo sexual. Eventos de vida como luto, pressão no trabalho e estresse do dia-a-dia podem significar que o sexo se torna de importância secundária. Um parto difícil também pode causar perda de desejo, e as novas mães podem ficar tão sobrecarregadas ao cuidar de um novo bebê que elas se perdem por um tempo. A perda de desejo também é um efeito colateral conhecido de alguns medicamentos, como antidepressivos e doenças depressivas. Às vezes, perder o interesse pelo sexo pode ser uma resposta à insatisfação, decepção, raiva ou infelicidade no seu relacionamento como casal, como resultado de dificuldades de comunicação.
Ademais, muitas vezes, essa não busca de tratamento deriva da vergonha e frustração. Na psicanálise, através dos estudos de Freud, a impotência masculina pode estar associada a diversos fatores internos ou externos. Por exemplo, a fixação incestuosa, inibição por ameaça de castração, o horror ao feminino e, por último, a atitude masoquista.
Na referência de Freud (1892-1901) à impotência sexual em sua obra, o autor, em momento algum, esclarece a teoria da causa. No entanto, fornece uma série de opções que possibilitam a investigar e extrair considerações sobre o motivos da impotência sexual. Bem como as falhas e os pontos obscuros da sexualidade humana. Na cronologia do tema da impotência sexual na obra de Freud, seguimos a ordenança e esclareçamos o sentido do contexto em que o tema é abordado.
Alto desejo
Se você sente muito desejo, pode considerar se a preocupação é porque é isso que você sente pessoalmente, ou se outros o expressaram como um julgamento. Ter muito sexo e alto desejo não é, por si só, um problema e, de fato, pode ser positivo para um indivíduo. No entanto, quando começa a ter um efeito prejudicial sobre outro aspecto da sua vida e dificulta o envolvimento e a formação do tipo de relacionamento que você deseja, pode ter um problema. Veja a seção abaixo sobre comportamento sexual compulsivo.
Desejo sexual desconfortável
Às vezes, podemos ter desejos sexuais com os quais nos sentimos desconfortáveis, talvez porque sejam incomuns, pareçam esquisitos ou até assustadores. As fantasias sexuais são muito comuns e diversas; podemos até ser despertados pela fantasia de que, à luz fria do dia, não gostaríamos de fazer parte. É importante ter em mente que uma fantasia é o que diz; não é realidade ou uma ação.
Se o desejo é algo em que você deseja agir com os outros, será necessário considerar se é um ato consensual, ou seja, que o consentimento é dado livremente por todos os envolvidos.
Se representar desejos envolve coerção, infringir a lei ou não é consensual, então não é aceitável representar sua fantasia.
Por fim, concluo que, nos dias de hoje, a masturbação excessiva com base em vídeos pornográficos cria fantasias irreais, que não são capazes de serem vividas por um casal comum de meia idade. Por isso, homens viciados em masturbação conseguem atingir a ereção apenas quando sozinhos. Deixando que a relação sexual deixe de ser praticada. Enfim, na clínica em que trabalho, observo que a potência permanece na masturbação, mas no ato sexual se esvai.
Como a terapia sexual funciona?
Para iniciar o tratamento com a psicoterapia, em primeiro lugar, é preciso identificar os sintomas no âmbito da sexualidade. Então, o terapeuta procurará identificar e compreender os mecanismos psicológicos e/ou fisiológicos que entram em cena.
Dessa forma, a terapia deve possibilitar o trabalho com o corpo e com o imaginário do paciente, combinando diferentes abordagens.
Além disso, a terapia sexual pode ser individual ou em casal e o seu objetivo é aumentar o prazer, a satisfação e a intimidade nos relacionamentos.
As abordagens psicodinâmicas são baseadas no trabalho de Freud (psicanálise), no qual o problema sexual é o resultado de conflitos psicológicos do inconsciente.
Assim, o objetivo dessas abordagens é “libertar” o paciente de seus conflitos internos e permitir que ele enriqueça as suas relações e eleve sua autoestima – sempre tendo no horizonte o bem-estar geral e a qualidade de sua vida sexual.
Diferentes métodos vão permitir ao psicólogo despertar a consciência do paciente, de seus mecanismos de defesa e de seu comportamento ao se relacionar com os outros.
Às vezes pode ser necessário uma confrontação mais direta quando o indivíduo, por reflexo, evita enxergar tais problemas.
Além disso, o terapeuta também pode analisar as fantasias sexuais do paciente, para que ele entenda os mecanismos que fazem parte da sua sexualidade.
Conclusão
Como dissemos, as terapias sexuais oferecem muitas possibilidades com resultados satisfatórios. Todas as abordagens que apresentamos provaram ser eficazes: não há um método que funcione melhor. No entanto, dependendo dos sintomas do paciente, algumas terapias serão preferíveis em relação às outras.
Por essa razão, o diagnóstico do psicólogo é fundamental, determinando o sintoma sexual antes de direcionar o paciente à melhor abordagem. Problema sexual é coisa séria e pode afetar profundamente o psicológico.
Referências
BRUNHARA, J. Terapia sexual: como e por que procurar um psicólogo? 2022. Disponivel em: https://omens.com.br/blog/sexualidade/terapia-sexual/ Acesso em 03 de março de 2023.
HENDERSON, Guilherme Freitas. A impotência sexual na obra de Freud. 2017.